O papel fundamental da reputação para o valor das marcas
- Rafael Bacarolo
- 28 de ago.
- 3 min de leitura
A nova moeda invisível que move o mercado
A reputação deixou de ser um simples reflexo da imagem pública de uma marca. Hoje, ela é um ativo estratégico e, muitas vezes, um dos principais responsáveis pelo seu valor de mercado. Segundo Weber Shandwick (2020), até 63% do valor de uma empresa pode estar diretamente ligado à sua reputação corporativa.
Em um cenário onde consumidores, investidores, imprensa e sociedade estão cada vez mais atentos ao posicionamento e às ações das marcas, a reputação tornou-se capital simbólico e econômico — capaz de impulsionar resultados ou gerar prejuízos milionários em caso de crise.
Por que a reputação influencia diretamente o valor das marcas?
A construção de reputação é lenta e contínua, mas seus efeitos podem ser rápidos — tanto para o bem quanto para o mal. Marcas com boa reputação:
Atraem e retêm talentos com mais facilidade
Enfrentam menos resistência de stakeholders
São mais resilientes diante de crises
Apresentam melhor performance financeira
Segundo estudo publicado no European Management Journal (2015), empresas com reputação sólida registram valuation até 9,7% maior do que suas concorrentes. Além disso, uma reputação bem gerida reduz o custo de capital e amplia a confiança de investidores e consumidores.
O custo da má reputação: quanto vale uma crise?
Crises de imagem deixaram de ser apenas uma dor de cabeça para o marketing. Hoje, representam riscos tangíveis ao negócio.
📉 De acordo com o Phillips Group (2024), eventos reputacionais negativos podem gerar perdas entre US$ 180 e US$ 330 milhões para uma marca.
Além do impacto financeiro direto, há danos à percepção pública, ao relacionamento com clientes e à credibilidade no longo prazo. E como alerta a Deloitte (2023), o risco reputacional está entre os cinco principais riscos corporativos globais.
Como a reputação é construída (ou destruída)
Comunicação: coerência entre discurso e prática
A comunicação institucional é uma peça-chave na construção de reputação. Mas ela precisa estar alinhada com atitudes reais — tanto no ambiente interno quanto nas ações públicas.
Empresas que se posicionam com transparência, responsabilidade social e consistência entre propósito e prática fortalecem o vínculo emocional com seus públicos, o que gera proteção reputacional a longo prazo.
Stakeholders no centro da reputação
Hoje, clientes, colaboradores, imprensa e comunidade têm o poder de influenciar (ou redefinir) a reputação de uma marca em tempo real. Plataformas sociais, fóruns e canais digitais amplificam vozes, e qualquer incoerência pode se tornar pública rapidamente.
Por isso, a construção de reputação precisa ser integrada entre setores e envolver comunicação, cultura organizacional, liderança, governança e experiência do cliente.

Reputação é valor. E exige estratégia.
Em tempos de ativos intangíveis dominando o valuation das empresas (representando até 84% do valor de mercado, segundo a Carroll School of Management), tratar a reputação como parte central da estratégia corporativa não é mais opcional — é urgente.
A reputação não está no balanço contábil, mas determina como o mercado responde a cada passo da marca. Ela influencia no valor da marca, competitividade, lealdade e capacidade de inovação.
A reputação como diferencial competitivo duradouro
Reputação é mais do que o que dizem sobre você. É a confiança que sua marca inspira — mesmo quando está em silêncio.
Ela não nasce da noite para o dia, mas é construída diariamente com ações, escolhas e consistência. Marcas que compreendem isso criam valor sustentável e vantagem competitiva real.
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Fontes:
DELOITTE. Global Risk Management Survey – 12th edition. 2023. Acesso em: 21 jul. 2025.
PHILLIPS GROUP. Corporate Reputation Shapes Market Value. 2024. Acesso em: 21 jul. 2025.
WALKER, Kent. Strategic Reputation Management: Theory and Evidence from the Field. European Management Journal, v. 33, n. 2, p. 123–134, 2015.
WEBER SHANDWICK. The State of Corporate Reputation in 2020: Everything Matters Now. 2020. Acesso em: 21 jul. 2025.