O Poder da Coragem: Recomeçar, Liderar e Mudar em Tempos de Incerteza
- Rafael Bacarolo
- 8 de mai.
- 3 min de leitura
Em um mundo em constante mudança, o que significa ter coragem no trabalho e na liderança?
No mundo profissional, a coragem sempre foi confundida com bravura. Com força. Com resistir a qualquer custo. Mas será que é só isso?
Na verdade, a coragem mais transformadora é silenciosa. Ela não se traduz apenas em discursos inspiradores ou grandes gestos heroicos. Muitas vezes, ela se manifesta em atitudes discretas: pedir ajuda, sustentar uma pausa, dizer “não sei”, admitir erros ou mudar de rota.
Em tempos onde o desempenho constante é valorizado e o medo de errar é mascarado por fórmulas prontas de sucesso, a coragem está em ouvir a si mesmo e sustentar o que é verdadeiro.
Coragem também é vulnerabilidade
A filósofa Judith Butler defende que a vulnerabilidade é uma condição para a ação transformadora. Isso significa que, sem nos permitir sentir, errar ou nos expor, não conseguimos promover mudanças reais — nem dentro, nem fora de nós.
Coragem, nesse contexto, não é ausência de medo. É movimento com medo. É a escolha de seguir mesmo sem garantias.
E essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida, como afirma Brené Brown, pesquisadora referência em estudos sobre coragem e liderança. Segundo ela, pessoas corajosas compartilham quatro competências-chave:
Encarar a vulnerabilidade;
Viver de acordo com seus valores;
Construir confiança;
Crescer a partir das quedas.
Essas competências não nascem com a gente: são aprendidas, treinadas e lapidadas com prática e intenção.
Coragem para mudar de carreira — ou começar de novo
Mudar de carreira não é um salto no escuro — é uma travessia com faróis internos acesos: seus valores, suas histórias e seu desejo de construir algo novo. É sobre coragem. É sobre escutar o que ficou abafado por muito tempo — as vontades, os incômodos, os sonhos engavetados.
E não, você não está recomeçando do zero. Está partindo com uma bagagem rica de experiências, aprendizados e tentativas.
Liderar a própria carreira não exige ter todas as respostas, mas disposição para fazer as perguntas certas. Segundo o psicólogo Carl Rogers:
“A curiosa contradição é que quando me aceito como sou, então posso mudar.”
Coragem para liderar com mais humanidade
O mundo do trabalho está em transformação. E a liderança que prospera neste novo cenário é aquela que assume a própria humanidade — inclusive as dúvidas, as escutas difíceis e os silêncios.
Brené Brown reforça: culturas organizacionais mais corajosas são fundamentais para que os líderes possam prosperar em ambientes complexos e diversos.
A boa notícia? Coragem é treinável. Ela se desenvolve com o tempo, com prática e, principalmente, com ambientes que acolhem a vulnerabilidade como força e não como fraqueza.
Afinal, o que é coragem?
Coragem pode ser:
Dar um passo com medo.
Dizer "não sei".
Mudar de rota.
Aceitar o tempo da dúvida.
Pedir ajuda.
Para a escritora e poetisa Maya Angelou:
“A coragem é a virtude mais importante de todas, porque sem ela não podemos praticar nenhuma outra de forma consistente.”
Nesse dia, te faço um convite necessário:
Que espaços você tem criado — para si e para os outros — para que a coragem possa existir no trabalho?
Talvez hoje seja o momento de recomeçar. Ou simplesmente de sustentar uma pausa. Ambas as escolhas são corajosas.

Conta pra gente: o que você considera um ato de coragem no mundo profissional?
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