O maior evento de tecnologia e inovação do mundo desembarcou no Rio de Janeiro, em sua primeira incursão fora da Europa, durante os dias 1 e 4 de maio e reuniu mais de 20 mil pessoas no complexo de eventos e convenções Riocentro. Foram 975 startups presentes, com seus CEOs e colaboradores ávidos por fazer networking e entender mais das tendências do mercado, que podem ser ou verdadeiros faróis para os empreendedores e as empreendedoras ou ondas passageiras.
Thainá Protta, CEO da Fala YOU, Ayana Góes, Analista de Comunicação interna e redes sociais, Luzara Pinho, Executiva de eventos da Fala Criativa, Thaís Bere, CEO da Fala Labs e Cecília Bere, CEO do Grupo Fala.
Para entender o que de fato vale a pena levar para casa depois de dezenas de horas de palestras e discussões sobre as novidades do mundo corporativo, a gente, que esteve presente no evento do início ao fim, separou alguns pontos, a começar pela…
…substituição do metaverso pela Inteligência Artificial como a queridinha do momento
🎮 Se no Web Summit Lisboa, no ano passado, não se falava de outra coisa além de como o metaverso seria a próxima fronteira da inovação humana, e de como os executivos e as executivas precisariam inserir seus negócios nessa nova realidade, o foco deste ano esteve todo nas novas tecnologias de Inteligência Artificial.
Naquela altura, os painéis focavam em como as empresas poderiam interagir com a invenção de Mark Zuckeberg, que chegou a mudar o nome da sua empresa fazendo referência ao metaverso. No entanto, o hype parece ter chegado ao fim com a popularização de plataformas de Inteligência Artificial, como o chatGPT, que se tornou um dos protagonistas da edição carioca do Web Summit.
Na edição anterior, já havia muita gente cética com o metaverso, afinal, nossas vidas já são, há muito, uma complexa articulação entre nossos ambientes digitais e os de carne e osso. O chatGPT, no entanto, parece ter sido uma unanimidade. Todo mundo quer saber como uma inteligência artificial que parece ser realmente eficiente pode mudar o dia a dia do mundo da tecnologia e dos negócios daqui para frente.
🌞Houve quem disse que “estamos vivendo o verão da IA”. Quem pensa assim é a Daniela Braga, CEO e fundadora da Defined.ai em seu painel. Ela afirmou que os últimos 10 anos foram especialmente frutíferos para o desenvolvimento de tecnologias de Inteligência Artificial e que elas devem impactar sobremaneira o universo de publicidade e marketing.
O grande temor quando se fala destas tecnologias, é claro, é o potencial de extermínio de vários empregos criativos. Afinal, para que precisaremos de redatores, quando os textos já se fazem basicamente sozinhos? Porém, os painelistas foram bem firmes a dizer que, apesar do “verão da IA”...
…o foco do mundo da tecnologia e dos negócios está nas pessoas
👾Um dos consensos que os palestrantes pareceram ter durante todo o evento foi a centralidade das pessoas, mais que em ferramentas, para a construção e desenvolvimento dos negócios, sendo eles vinculados ou não com o mundo da tecnologia — se bem que, hoje em dia, todos são, né?
Mesmo que as ferramentas de Inteligência Artificial efetivamente “pensem” sozinhas e saibam resolver problemas e formular textos e imagens de forma autônoma, elas dificilmente serão infalíveis. A falta de um cérebro humano, com suas associações subjetivas e formulações éticas, não é algo que podemos deixar de dispor.
Os painelistas lembraram que o chatGPT, embora mais rápido e eficiente que as tecnologias de IA anteriores, não é exatamente comprometido com a verdade, por exemplo. É comum que o chatbot ofereça respostas inventadas, invente fontes de pesquisa, formule falsas bibliografias. Isso porque ele não vai procurar nos bancos de dados disponíveis as respostas corretas, mas as que ele considerará as mais adequadas. Esse filtro, que tem a ver com princípios éticos e morais, segue sendo um monopólio humano, afinal de contas.
Nós, humanos, devemos ter um papel de responsáveis pela supervisão dos materiais produzidos pelas tecnologias de IA. Nos painéis e palestras que acompanhamos, percebemos a dificuldade em pensar num mundo em que a Inteligência Artificial tome conta de tudo. O ser humano, como sempre aconteceu ao longo da história, vai estar no centro do processo. Também por isso houve tanto destaque a assuntos como…
…a importância da diversidade e inclusão nas dinâmicas das empresas
👩 Falar de diversidade e inclusão pode parecer batido, mas a verdade é que ainda temos um longo caminho a percorrer para que setores como o mundo dos negócios pareçam realmente representativos de acordo com a realidade brasileira. Exatamente por isso, houve bastante destaque para a presença de mulheres no Web Summit Rio.
O próprio evento bancou uma iniciativa chamada Women in Tech, em que oferecia entrada com 75% de desconto para mulheres, além de reservar um espaço para palestras com viés inspiracional e para realização de encontros e oportunidades para mulheres empreendedoras. Foi um passo importante para o aumento da presença feminina neste espaço ainda tão desafiador para mulheres.
Na edição do Rio de Janeiro, a presença de 40% de brasileiras no total de participantes chamou a atenção da organização mundial. Entre os palestrantes que subiram ao palco, 37% também eram mulheres. No entanto, das 974 startups presentes, apenas um quinto (21%) foram fundadas por elas, o que revela a presença de entraves do empreendedorismo feminino no ecossistema de inovação brasileiro. O Grupo Fala esteve representado por um time formado apenas por mulheres.
Estes são alguns dos pontos que mais nos chamaram a atenção no Web Summit Rio, a primeira edição deste evento tão importante para o mundo da tecnologia, inovação e empreendedorismo em terras brasileiras. Em novembro, o Web Summit retorna à capital portuguesa e poderemos ver quais destes destaques ficam e quais só serão história de um Web Summit passado.
E mais:
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Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn do Grupo Fala